quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Aceita o desafio?

Será que eu posso comparar a vida com um jiló?
Então... ele até tem uma cor vistosa, tem inúmeras variedades, sabor peculiar. 
Gosto forte que trava a boca e produz caretas.
Entretanto o jiló, quem diria, tem suas vantagens.
Ele contém nutrientes e vitaminas. Rico em ferro,magnésio. Entre outros benefícios, que ajudam até no emagrecimento.
Talvez alguns não se apeguem, e nem liguem para o seu amargo. Comerão e no dia seguinte nem lembrarão do gosto que ele tem.
Outros terão que passar por um processo. Até entender que essa sensação de "horrível", passa.
Está certo, vai ter outros tantos que irão detestar o coitadinho.
Jamais, nunca, nem pensar experimentar esse ai.
Fazer o que? Assim como tem aqueles que detestam a vida, o mundo, as coisas e o tudo.
Tem gente que detesta jiló.
Bem...
Amado, rejeitado ou odiado, jiló sempre será jiló.

Particularmente, digo que
Não foi fácil comer esse dito cujo. Sua fama estava entranhada na minha cabeça como o "ser abominável".
Mas depois de um processo, lento, eu diria que aprendi saborea-lo, usufruindo das suas qualidades.

Penso desse jeito.
A nossa vida de
Sonhos, planos, delírios e muitos desejos. 
Algumas coisas boas, outras não tão boas.
Tudo o que é  ruim é doloroso já está fixado na nossa cuca. E evidente, ninguém quer e nem sonha com isso.
Não planejamos:
"Hoje vou acordar e chorar o dia todo"
ou
"Que maravilha! Como é bom sofrer!!!"

Contudo, ao saborearmos um pedacinho que seja dos processos do mundo, e sentirmos o amargo de alguma situação.
Seja dominado pela carência, decepção ou frustração. Nos travamos assim que sentimos esses dissabores.
Paralisados ficamos e já desistimos de tentar.
Temos que admitir.
Que esses infortúnios nunca deixarão de existir.
Irão nos acompanhar sempre.
Calma aí!!!
Nem tudo está perdido.
Nessa comparação eu vejo que algumas pessoas não se apegarão no gosto amargo dos acontecimentos de suas vidas. Mesmo que ainda tenham angústias, traumas ou sequelas. Estas deixarão a sensação de perda passar.
Outras infelizmente não irão permitir que alguns sabores constituam seu paladar de aprendizado.
Se negarão a qualquer tipo de experiência.
E tem aquelas que irão se abster de tudo. 
Enclausuradas, Nem chegam perto do sentir, do tocar.
Não permitem desafios.

Hoje depois de tudo que passei, lembro de comer o tal jiló. 
Eu o detestava, mas decidi experimentar. E isso foi um processo.
Aos poucos fui colocando de molho na água para tirar o amargo. Depois do desafio feito por uma amiga. 
Digo aqui que aprendi a gostar. E ele está fazendo parte dos meus pratos numa boa.
Cozido, frito, assado, empanado, agora até salada crua. Não ligo para o amargo.

Assim é na vida.
Precisamos ter contato com esse lado que turva e seca a boca, com o ruim, e embrulha o estômago.
Para podermos crescer e aprender a tirar algo saudável daquilo que nos afeta.
Sim. Os dilemas estarão na mente. Quem não tem os seus?
Encare como úteis, importantes, produtivos.
Assim você vai absorver ao máximo os nutrientes do momento.
E aprenderá que o mundo gira, as tristezas e alegrias estarão ali à sua frente, mas a sensação ruim logo irá embora. 
Pode ser que demore, portanto esteja certo, tudo passa.
E isso só vai acontecer se permitirmos encarar o amargo de nossas vidas.
Hoje te desafio a comer o jiló.
Ele não é tão ruim assim.
Dê uma chance "pro bichinho".
Se permita encarar o amargo da vida.
Algo interessante você vai aprender.
E aí...Vamos comer jiló ?

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